O que penso
Me telefonam para pedir informações do novo presidente da Câmara de Vereadores de Florianópolis, Jaime Tolello, cuja eleição está cheia de suspeitas. Trabalhei no Legislativo municipal nos últimos dois anos e consegui traçar um perfil minucioso de cada um dos 16 vereadores. O suficiente para piorar ainda mais, com tal vivência, minha opinião e imagem dos políticos. Quanto a Tonello, de quem jamais compraria um carro usado, vivi um episódio invulgar na Câmara. Certo dia mandei um recado a todos os vereadores explicando que quando quisessem mostrar alguma imagem (filme, foto etc) na sessão, que minutos antes testassem a qualidade deste material junto ao pessoal técnico da TV Câmara, que transmite as sessões ao vivo. O vereador foi à tribuna e me criticou duramente, dizendo que com isso queria “censurar” os vereadores. “Nem na ditadura se fazia isso”, esbravejou. Terminada a sessão, todos os vereadores o cercaram Tonello para que se explicasse, já que havia interpretado o recado de forma completamente equivocada. Aturdido, veio então me pedir desculpas. E eu, na frente de todos, com olhos em mim, respondi calmamente: “Não aceito suas desculpas, vereador. Só as aceitarei se o senhor voltar à tribuna (e apontei para ela), onde me insultou, e as pedir de lá”. Sentindo o chão desaparecer, saiu apressado do recinto. Funcionários da Câmara e vários vereadores vieram me cumprimentar pela coragem. Respondi que nem do Papa levo desaforos para casa.
